quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Capítulo 4: Noa e a Clínica de reabilitação / Noa and the rehabilitation center

Como vocês sabem, Noa quer abrir uma clínica de reabilitação para jovens. Mas essa tarefa não será fácil. Como qualquer projeto ambicioso, isso envolve muito tempo, dinheiro e dedicação. Além de lutar para alcançar esse objetivo, Noa tem de lidar com seus sentimentos com relação a Teo. Não, ela não se sente confortável para falar desse projeto com ele. Já imaginaram não poder compartilhar os sonhos, angústias e dúvidas com seu namorado, marido ou melhor amigo?
Noa sempre acha que sabe o que Teo pensa dela. " Será que deveria consultar Teo de qualquer maneira? É tudo o que ele está esperando, como um caçador. Desde o começo ele sabe que eu não estou à altura do desafio", pensa Noa. Ela está bem "armada", sempre na defensiva, pois Teo é, na cabeça dela, uma ameaça.
Como as mulheres são criativas pra inventar essas "charangas", não?!
Um dos alunos de Noa morreu por conta das drogas. Imanuel Orveto era um bom aluno, e Noa se interessava por ele. Mas, quando ela decidiu que devia arrumar tempo pra bater papo com ele,  já era tarde. Ela se sente culpada pela morte do garoto. Não entende como foi capaz de "ignorar" Imanuel. "...se ao menos eu tivesse conversado com  Imanuel, se eu tivesse tentado me aproximar dele um pouco, trazê-lo para mim...", pensou.
Alguém aí já sentiu culpa? Umas das piores sensações para se ter, não há dúvidas. Culpa por não ter feito algo...por não ter dado atenção a alguém...
Quem sentiu muito a falta do jovem Imanuel foi seu carracho. "Depois da desgraça, o cão passou a entrar todas as manhãs na sala de aula, (...)sarnento, orelhas caídas, o focinho baixo quase varrendo a poeira do chão". Noa teve vontade de levá-lo para casa, mas quando lembrou de Teo pensou " Eu podia vê-lo virando o olho para cima, o esquerdo, e o bigode prateado de oficial britânico aposentado ocultando um ligeiro tremor: Olhe aqui, Noa, se é realmente importante para você, e assim por diante".
Será que ela tem uma bola de cristal pra advinhar as caras e bocas do Teo? Até que seria divertido saber, por meio da bola mágica, o que o outro vai dizer.
Voltando a falar do centro de reabilitação... A ideia, na verdade, não surgiu primeiro na cabeça de Noa. O centro foi ideia do pai de Imanuel que queria criar um espaço em memória ao filho.
O que Noa não esperava era que seria escolhida para liderar o projeto para a criação da clínica. É aqui que história da protagonista se torna ainda mais complicada. Primeiramente, Teo ficou com um pé atrás porque o pai de Imanuel passou a enviar mensalmente para Noa cheques no valor de 300 dólares. Na cabeça de Teo, as coisas são claras assim: se o pai quer um memorial para o filho, por que não abre logo uma fundação? Por que colocar sua Noa no meio das coisas?
Além de não ter o apoio de Teo, não tem o apoio de ninguém da cidade. Noa tem ainda de aguentar brincadeiras de mau gosto.
"Na biblioteca pública a bibliotecária reuniu numa prateleira toda a literatura sobre tratamentos de dependência de drogas. Alguém grudou um rótulo na prateleira: Reservada para Noa, a viciada.
Teo fica calado porque eu pedi.
Quanto a mim: estou aprendendo".


A história está só começando...
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As you know, Noa wants to open a rehabilitation center for young people. But this is no easy task. Like any ambitious project, it involves much time, money and dedication. In addition to striving to achieve this goal, Noa has to deal with her feelings concerning Teo. No, she doesn´t feel comfortable talking about this project to him. Can you imagine not being able to share the dreams, anxieties and doubts with a boyfriend, husband or best friend? Noa supposes she knows what Teo is thinking about her. "Should I consult Teo anyway? That's all he's waiting for, like a hunter. From the beginning he knows I'm not up to the challenge", thinks Noa. She wants to protect herself from him, because Teo is, in her head, a threat.
Women can be very creative sometimes... don´t you think?
One of Noa´s students died from drugs. Immanuel Orveto was a good student, and Noa liked him. But when she decided to arrange sometime to chat with him, it was too late. Now she feels guilty for the boy´s death. She can´t understand how she was able to "ignore" Immanuel. 
Anyone out there has ever felt guilty? It must be awful, no doubt.
Opening a rehabilitation center, in fact, wasn´t Noa´s idea, though. This was Immanuel´s father idea, who wanted to create a center in memory of the child. What Noa did not expect was to be chosen to lead the project to create the clinic. This is where the story becomes even more complicated. Firstly because Teo seems to be jealous, since Immanuel´s dad start sending checks of $ 300 to Noa, for her working in his project. For Teo, things are very clear: if the father wants a memorial to his son, why doesn´t he open a foundation? Why to invite Noa to lead the project?
Besides not having the support of Teo, she doesn´t have the support of anyone in the city. Noa also has to endure jokes. "In the public library the librarian put together on a shelf all the literature on treatment of drug dependence. Somebody stucked a label on the shelf: Reserved for Noa, the drug addict.
Teo is silent because I asked him to.
As for me: I'm learning."
The story is just beginning ... Leave your comments. Join us.

2 comentários:

  1. Mews como a falta de comunicação é capaz de gerar/exponenciar tantos conflitos, né?

    Mas cá entre nós... Pai do Imanuel e Noa??? Aí tem coisa!

    Teo, te dou toda força! Essa mulherada tem que aprender a colocar a boca no trombone ao invés de ficar com todos os seus achismos.

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